2016 - 2017: Auto-Organização

Tendo como tema “Auto-Organização”, este 108 Horas teve a proposta de recuperarmos a capacidade de nos organizar em grupos, de gerar nossas próprias condições de vida e ampliar nossa autonomia. Essa aprendizagem coletiva incluiu visões do budismo, das tradições indígenas e quilombolas, de diferentes movimentos sociais, tradições religiosas e grupos que têm experimentado a auto-organização na educação, na relação com a agricultura e o meio ambiente, e nas várias formas de ação social. Além das atividades de mesas-redondas e rodas de sonhos, essa edição também contou com pockets culturais, exibição de filmes e oficina de bordado coletivo.

Lama Padma Samten iniciou o evento com a palestra “Budismo e Auto-Organização: A Visão das Mandalas”. Em seguida, na primeira mesa, com o tema “Auto-Organização e Filosofia”, Lama Padma Samten, Sérgio Sardi (professor de filosofia da PUC-RS) e Juca Oliveira (CEBB – Instituto Caminho do Meio) compartilharam suas visões e práticas sobre o processo de auto-organização.

Na sequência, Carol Senna (então diretora da Escola Caminho do Meio), Fernando Leão (diretor da Escola Vila Verde), representantes do Comitê das Escolas Independentes e Rafael Pozzer (professor da UFRGS e ativista dos movimentos de software livre e da democratização da rede) participaram da mesa “Auto-Organização na Educação”. Carol e Fernando relataram a experiência de auto-organização nas duas escolas do Instituto Caminho do Meio, ligadas ao CEBB, e falaram sobre o propósito de uma educação voltada para a felicidade não apenas para as crianças, mas também para professores, famílias e comunidades ao redor.

No dia seguinte, o foco foi “Auto-organização na Vida em Comunidade”, ou seja, como as comunidades podem funcionar de maneira que todos os seus membros tenham autonomia para participar da vida coletiva. Para essa conversa, o 108 recebeu convidados de grupos que já se organizam desse modo há muito tempo, como Kujà Iracema (xamã da etnia Kaingang), sua filha Capri (estudante de Administração da UFRGS) e Griô Maria Elaine Espíndola (líder de movimentos quilombolas). Também compuseram a mesa: Ricardo Pellegrini (praticante antigo do CEBB e apoiador de diversas Aldeias CEBB), Carolina Nunes Pannain (Defensora Pública de São Paulo) e Andressa Corrêa (doutora em sociologia pela UFRGS, participante da Rede de Investigadores Latino-Americanos em Economia Social e Solidária).

Fonte: http://bodisatva.com.br/108-horas-de-paz-acoes-em-rede/